O Salto de Elon Musk

abril 12, 2024

Num dia de fúria, e visando alavancar a promoção de seus veículos Tesla, Elon Musk acelerou um Tesla Model S P85, ano 2012, até a sua velocidade máxima decolando a partir de uma rampa com inclinação positiva de 28 graus. A rampa de aterrisagem, de mesma altura, mas com uma inclinação negativa de 28 graus estava separada por exatos 141 veículos Tesla Model S P85 estacionados lado a lado; i.e., uma distância total de 282m!

Reza a lenda que Elon Musk estava ouvindo a canção “Show Me How To Live” da banda estadunidense Audioslave, lançada em 2003, no volume máximo em seu carro no momento do salto. Considere a força da gravidade e a resistência com o ar, onde a força de arrasto é dada por  , e os dados técnicos apresentados abaixo. O salto de Elon Musk foi bem-sucedido? Sim ou não?

Dados Técnicos do 2012 Tesla Model S P85 (476 hp)

Comprimento, L = 5.0 m

Largura, b = 2.0 m

Massa com um passageiro, m = 2200 kg

Velocidade máxima, v = 58.1 m/s

Coeficiente de Arrasto, Cd = 0.24

Área Efetiva Frontal, A = 2.342 m2 

Densidade do Ar ao nível do mar, rho = 1.225 kg/m3

Aceleração da Gravidade, g = -9.8m/s2

— Uma especulação sobre possíveis universos alternativos —

A razão áurea, phi, está relacionada ao número pi e à constante de estrutura fina da matéria, alpha, pela expressão matemática: phi = ( (111/299)*pi^3 + (pi^2/alpha) )^(1/15)

Esta simples relação entre estes três números é aquela que garante a estabilidade de todas as formas de Vida em Nosso Universo.

Talvez existam outros universos para os quais a proporção áurea, phi, varie em função da constante de matéria fina, alpha, desses próprios universos (desde o Big-Bang até a assíntota de expansão máxima dos possíveis universos).

Mas nestes outros possíveis universos não há estabilidade para a Vida como a Percebemos.

Estes outros potenciais universos são muito efêmeros para Geometria de Nossos Sentidos.

Se usarmos a mesma expressão matemática: phi = ( (111/299)*pi^3 + (pi^2/alpha) )^(1/15) e variarmos o phi em função de alpha, podemos ter um vislumbre desses possíveis universos alternativos (o multiverso).

A Geometria dos Sentidos

setembro 27, 2023

— A Geometria dos Sentidos —

A razão áurea, phi, está relacionada ao número pi e à constante de estrutura fina da matéria, alpha, pela expressão matemática: phi = ( (111/299)*pi^3 + (pi^2/alpha) )^(1/15)

Esta simples relação entre estes três números é aquela que garante a estabilidade de todas as formas de Vida neste universo.

Talvez existam outros universos para os quais estes três números estejam correlacionados por outras equações matemáticas.

Mas nestes outros possíveis universos não há estabilidade para a Vida como a Percebemos.

Estes outros potenciais universos são muito efêmeros para a Geometria de nossos Sentidos.

49r4d3c0 4 n47ur324 p3l4 1n5p1r4c40

(73m05 41nd4 mu170 p4r4 3v0lu1r)

am(or)ação

junho 14, 2018

 

am(or)ação

    

    

Amor

Oração

Ação

Amação

quaternidade

poesia

física

quântica

tarot

two-of-cups

            

           

Numerologia: 10 palavras = 1 + 0 = 1 = Unidade = Totalidade

 

Os sábios alquimistas eram conhecidos por desenvolver investigações a partir dos quatro elementos básicos – a terra, o ar, a água e o fogo. Como estes experimentos foram realizados tão deslocados no tempo pretérito, boa parte da documentação quanto à manipulação destes processos se perdeu. Em parte por conta de traduções ou descrições imperfeitas dos documentos originais, em parte por causa das perseguições sofridas pelos alquimistas durante a idade média, que fez com que este conhecimento fosse tratado como profano, e transmitido secretamente entre pessoas de extrema confiança, apenas verbalmente ou criptografado; ou seja, descrito em linguagem de código.

 

De fato, neste começo do terceiro milênio, é tão pequena a reminiscência da alquimia em nossa cultura, que muito se especula inclusive sobre o real propósito desses laboriosos processos. A tecnologia se desenvolveu, os elementos básicos saltaram daqueles quatro originais para toda uma tabela periódica. Chegamos aos átomos; depois aos prótons, aos nêutrons e aos elétrons; mais tarde a outras partículas elementares, ainda menores, de decaimento rápido. Uma infinidade de processos químicos e físicos foi documentada com grande riqueza de detalhes, viabilizando estes processos a serem reproduzidos com precisão, eficiência e em escala industrial.

 

Tudo isso levou a um enorme progresso intelectual, a geração de riquezas e a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Esta constatação é percebida tão diretamente pelos nossos cinco sentidos físicos – a visão, o olfato, o tato, a audição e o paladar – que falar em fogo, água, terra e ar como elementos básicos parece soar exageradamente simplista, ou remeter a imagem de um homem no tempo das cavernas.

 

Por outro lado, devemos nos lembrar de que a idealização do tempo linear é uma premissa do ser humano apenas. Uma forma de nos organizarmos para a manutenção da rotina, e que não presta para nada mais além disso. A história remete-nos a ideia de um tempo cíclico, na medida em que observamos a ascensão e a queda dos grandes impérios, o surgimento e a extinção de espécies, períodos de guerra intercalados por aqueles de paz, ou as altas e as baixas nas bolsas de valores.

 

Na verdade, até as teorias mais recentes da física (as melhores que temos em mãos, o que não significa que representam exatamente como funciona a natureza) já se dobraram ante ao mistério do tempo. A teoria da relatividade de Einstein propôs (e já foi demonstrada experimentalmente) a curvatura do espaço-tempo, que é a soma das três dimensões do espaço mais aquela da evolução no tempo, o meio no qual suavemente navegamos. Segundo Einstein, a maior velocidade possível é aquela da luz, c = 300,000km/s.

 

Por outro lado, a mecânica quântica é a física que descreve o comportamento das partículas elementares; ou seja, aquelas de dimensões microscópicas. O objeto na mecânica quântica tem a característica de se comportar ora como partícula (matéria), ora como onda eletromagnética (energia); e este comportamento também já foi demonstrado através de inúmeros experimentos. O experimento quântico é uma indeterminação no tempo (dualidade) que pode ser representada por uma densidade de probabilidade; por exemplo, podemos apenas saber qual é a chance de um elétron estar em determinada posição num instante de tempo específico. A observação de um evento quântico provoca o colapso dessa indeterminação (dualidade) numa realidade (resultado único), que pode ser aquela de uma partícula ou de uma onda. Também: a observação de um evento quântico (a consciência) afeta o resultado (a realidade). E ainda: tanto a teoria quanto o experimento quânticos apresentam a característica de não-localidade; isto é, a manifestação de resultados coerentes (mesma realidade) simultaneamente (exatamente ao mesmo tempo, ou instantaneamente) em posições distintas do espaço.

 

É fácil perceber que alguma coisa não vai bem com o tempo: A teoria da relatividade de Einstein, válida para os corpos do macrocosmo, descreve um comportamento suave que tem por características principais a curvatura do espaço-tempo e um limite superior para a velocidade. Enquanto a mecânica quântica, a teoria válida para os corpos no microcosmo, é caracterizada por um comportamento dual (partícula ou onda; binário; zero ou um) que se manifesta instantaneamente num resultado único (a realidade) através da observação (da consciência), mesmo havendo distâncias envolvidas. Essa disparidade entre os comportamentos dos corpos no macrocosmo e no microcosmo é coisa de fazer cair os cabelos de muita gente que pensa sobre isso.

 

Ainda que você, caro leitor, seja uma pessoa relax, dessas que acha que não precisa se preocupar com esse tipo de aporrinhação, coisa de quem fica procurando pelo em ovo, por se tratarem de aspectos muito sutis, que não afetam diretamente as nossas vidas, pode ser que você esteja redondamente enganado. E, na dúvida, eu recomendo que a gente fique, por ora, não com o tempo linear que alimenta a nossa rotina, mas com o tempo natural, cíclico, que é aquele sobre o qual nos dizem as revoluções da Terra, a sua translação ao redor do Sol, as fases da Lua e também o movimento das marés. Porque em tempos de smartphone, quem olha para o céu é rei.

 

A verdade é que – a despeito de todo o progresso intelectual, da geração de riquezas e da melhoria da qualidade de vida do ser humano que alcançamos graças ao desenvolvimento tecnológico – a luta pela sobrevivência parece só se agravar. Vivemos, agora, uma das mais graves crises de valores morais. As pessoas acusam-se umas às outras; cada um precisa provar todos os dias a sua inocência; proteger a sua casa para que não entrem bandidos; enquanto trabalha para pagar os impostos, que sabidamente serão desviados; ou compra produtos básicos, que vão ampliar a concentração de renda em favor dos cartéis econômicos. Na luta pela sobrevivência, tempo é o que falta e a natureza nos dá sinais de claros de esgotamento.

 

O pior, a meu ver, é o fato de que – apesar de admitirmos isso – prosseguimos adiante por esta senda nefasta, sem refletirmos sobre as razões de fazermos assim, sem refletirmos sobre o que deixaremos para as futuras gerações, sem refletirmos sobre eventuais desvios de rota que poderiam resolver a grave crise de valores morais. Seguimos como uma manada desenfreada de animais irracionais, guiada pelos seus instintos de sobrevivência, usando sobre os olhos a venda da tecnologia e avalizados pela suposta aura de sermos inteligentes.

 

Independente disso, pouco se sabe sobre os propósitos da alquimia. Há quem diga que o seu objetivo final era aquele da transmutação de metais comuns em ouro; outro possível objetivo seria a síntese de certo elixir para a eterna juventude, ou talvez até um elixir da vida eterna; havendo ainda, como terceira possibilidade, a busca pela tal pedra filosofal (espécie de amuleto obscuro para a profunda sabedoria).

 

Certeza nós temos apenas de que os sábios alquimistas eram conhecidos por desenvolver investigações a partir dos quatro elementos básicos – a terra, o ar, a água e o fogo. E, qualquer que fosse o propósito final da alquimia, ele dizia respeito aos intrincados processos de transformação da matéria-prima no produto final, denominado por quintessência.

 

O processo se iniciava a partir do esquema de uma cruz de lados iguais. Na extremidade inferior da cruz era disposta a terra. Na extremidade superior ficava o ar (ou o céu). À direita da cruz era colocada a água (ou o mar) e a sua esquerda, o fogo. Havia então dois pares de pólos opostos (ou dualidades): ao longo do eixo vertical da cruz, os elementos opostos terra e ar; enquanto que ao longo do eixo horizontal da cruz, os elementos opostos água e fogo.

 

Fazendo um paralelo com o homem, e começando da extremidade inferior da cruz, nós encontramos a terra. A terra representa o que temos de mais rígido e denso em nosso corpo: os ossos e os músculos. Percorrendo a cruz no sentido anti-horário, vamos encontrar a água a seguir. A água representa o sangue que corre em nossas artérias e veias, também o plasma e os demais fluidos do corpo humano. São mais sutis e acomodam-se ao vaso do corpo. Depois vem o ar, que inspiramos e expiramos em ciclos, um elemento ainda mais sutil. E enfim, o mais sutil dentre os quatro elementos: o fogo, que também está presente no corpo humano, especialmente no sistema nervoso, na forma de ampla rede de transmissão dos impulsos eletromagnéticos.

 

Se unirmos as quatro extremidades da cruz, teremos um quadrado ou quaternidade, a partir dos quatro elementos da matéria-prima. Este quadrado está girado de quarenta e cinco graus, formando um losango eqüilátero, a mais simples das mandalas.

 

Segundo os estudos de Carl Gustav Jung, o desenvolvimento psicológico do ser humano se dá pela circumambulation, que é a circulação ou dança em torno dos objetos sagrados. Essa circulação é a experiência incessante de movimento da consciência evitando a estagnação nos extremos de uma das polaridades apenas destes elementos duais, o que seria muito danoso sob o ponto de vista psíquico. Ainda segundo Jung, o processo do amadurecimento psíquico se dá através do conunctio, que é a conjunção, ou equilíbrio dos elementos opostos, numa união, integrando de forma saudável o consciente e o inconsciente. O símbolo da unicidade é o círculo. E se girarmos o quadrado em torno do seu centro, é exatamente essa a figura que vamos obter.

 

Se me permite uma interpretação pessoal, eu diria que estamos sempre realizando essa circulação em torno dos objetos sagrados, tomando decisões conscientes (quânticas) e buscando essa conjunção, ou equilíbrio integrando de forma saudável o consciente e o inconsciente. Essa geometria simultânea seria representada por aquela de uma espiral de diâmetro decrescente, girando no sentido anti-horário em direção ao centro, com saltos representando algumas escolhas conscientes mais significativas. Nesta imagem simbólica da trajetória pessoal do individuo, a redução do diâmetro diz respeito ao processo de tomada de consciência gradual de processos antes relegados totalmente ao inconsciente, e que através da experiência vão se desvelando.

 

Neste artigo apresentei oito dessas figuras. Cada uma das figuras é a representação artística da trajetória pessoal de quatro indivíduos. Cada um dos quatro indivíduos, representados em uma figura, tem como ponto de partida uma das extremidades da cruz. Eles iniciam, então, os seus processos contínuos de circulações anti-horárias, escolhas conscientes (saltos quânticos) e graduais tomadas de consciência. Observa-se que a trajetória de cada indivíduo é única, mas todas elas têm uma orientação preferencial, que é a busca pela conjunção, ou equilíbrio integrando de forma saudável o consciente e o inconsciente, pela absorção gradual de conteúdos antes relegados totalmente ao inconsciente, e que através da experiência vão se desvelando.

 

Essa dualidade entre consciente e inconsciente é uma das coisas mais fascinantes do ser humano. O consciente tem um papel ativo, representando o nosso ego, lidando diretamente com as nossas vontades e escolhas (livre arbítrio), os processos racionais e a interação com o mundo exterior. O inconsciente, por outro lado, tem o papel passivo; representa o nosso self, o si-mesmo ou o eu-superior; responde às nossas escolhas (livre arbítrio) através dos sentimentos; trabalha com os conteúdos emocionais, é o responsável pelas nossas intuições; e a interação com o mundo interior. Nesse sentido, o inconsciente responde por todas aquelas atividades sobre as quais não colocamos o foco momentâneo da consciência; como por exemplo, é ele quem gerencia a maioria dos processos fisiológicos do corpo humano, como a respiração, a pulsação, etc.

 

Por isso tudo, explicado no parágrafo acima, é muito mais difícil estarmos atentos ao inconsciente do que ao consciente. O inconsciente age mais como um mentor, ou anjo da guarda, que está sempre junto ao consciente, mas deixa que este último tome as decisões. No nosso quotidiano estamos fazendo escolhas a todo o momento. Se eu vou até a copa, pode acontecer de eu ficar em dúvida se eu tomo uma xícara de café ou um copo d’água. E são em momentos como este que parece haver duas entidades pensantes dentro de minha cabeça – uma forma sutil de se aperceber as trocas entre consciente e inconsciente. Toda a escolha parte de um evento quântico, de uma dualidade, que provoca o colapso da nuvem de possibilidades num resultado específico.

 

Mas uma escolha tão irrelevante – entre uma xícara de café ou um copo d’água – será mesmo um evento quântico? Ou seja, será que esta simples escolha, pode desencadear implicações quânticas (imaginando aqui um evento quântico com a mesma gravidade como aquela em que foi tratada no parágrafo referente ao microcosmo; isto é, implicações tão radicais quanto a dualidade partícula-onda)? Afinal, além de terra, água, ar e fogo, do que é feito ser humano?

 

O ser humano é composto por células. São inúmeros os tipos de células com ciclos de vida distintos. Apenas para ter uma ideia, começando pelo sangue: o corpo humano apresenta por volta de 2,4 milhões de glóbulos vermelhos; eles duram entre 100 e 120 dias. Os glóbulos brancos têm ciclos de vida entre 8 horas e 3 dias; e para combater uma infecção, o corpo humano é capaz de produzir entre 40 e 50 bilhões de glóbulos brancos. Já as plaquetas sanguíneas vivem de 5 até 9 dias. As células dos pulmões duram entre 2 e 3 semanas. As células do fígado, por sua vez, vivem em média 5 meses. As papilas gustativas da língua são substituídas a cada 10 dias. As células da pele tem o ciclo de vida de 2 até 4 semanas. Já as células ósseas do esqueleto humano são totalmente substituídas ao longo de 10 anos.

 

O cérebro humano apresenta em média 100 bilhões de células nervosas. Mas estas células nervosas, também aquelas dos olhos e as células do músculo do coração estão entre as quais permanecem as mesmas ao longo de toda a vida da pessoa. Além disso, o ser humano troca toda a água do seu corpo (que representa 70% de sua massa total) em intervalos de aproximadamente 25 dias. Agora, o mais impressionante é que, do montante total de células do corpo humano, habita nele uma quantidade dez vezes maior de células de bactérias. Estas bactérias se reproduzem por divisão celular e, uma vez que o número total delas permanece constante, podemos estimar que o ciclo médio de vida bacteriano é de 12 horas. Mas este é apenas um valor médio, pois a variedade de bactérias é muito diversificada, existindo algumas delas que podem viver por até milhões de anos.

 

Desses dois parágrafos anteriores, observa-se que o ser humano é a morada de um gigantesco e complexo microbioma. Além disso, fica claro que o homem está muito mais para um processo, um movimento, uma dança, um constante fluir, do que propriamente uma intrincada organização material (que é como geralmente nos imaginamos). E vendo o ser humano sob essa ótica; de uma gigantesca e complexa morada de bactérias, de fungos, de vírus e de células humanas propriamente ditas; fica claro como uma escolha aparentemente tão simples – entre uma xícara de café ou um copo d’água – desencadeará uma avalanche de desdobramentos distintos (quânticos) nesse nível de escala (microbiológico).

 

Assim como o Sol está para Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte… enfim, para todo o sistema solar – ele é o provedor de energia que nutre e estabiliza todo o sistema –, assim também o ser humano está para o seu microbioma. E assim também o planeta Terra está para todos os seus habitantes – sejam eles dos reinos animal, vegetal ou mineral.

 

Nesse ponto, parece ficar claro qual o objetivo da alquimia. Estas investigações de intrincados processos a partir dos quatro elementos básicos – a terra, o ar, a água e o fogo tinham como propósito final chegar à essência do ser humano, bem como àquela do macrocosmo e do microcosmo que, por similaridade, são exatamente as mesmas. O almejado resultado do processo alquímico, a quinta essência, é a vida.

 

A vida, este milagre que é a contrapartida do que reza o estágio atual do conhecimento científico. Sim, contrapartida; porque enquanto a terceira lei da termodinâmica demonstra racionalmente que os processos químicos geram entropia, que o estado natural de um sistema, aquele de menor energia, é o caos; está aí a vida, entranhada em todos os níveis das criaturas – do macrocosmo ao microcosmo – demonstrando silenciosamente, como um soberano observador inconsciente: a força da vida é aquela capaz de sustentar o universo.

 

Ao contrário do caos (ou o desmantelamento do sistema para o seu estado de menor energia), a natureza mostra-nos que existe um sentido de orientação da vida que vai das criaturas mais simples para aquelas de complexidade e grau de consciência crescentes. A natureza demonstra também que o mecanismo predominante de relacionamento entre as criaturas é a simbiose; isto é, a mútua colaboração.

 

Se isso não resolve de pronto os problemas de nossa civilização, ao menos aponta um caminho, indica um sentido natural a ser seguido. A luta pela sobrevivência e a falta de tempo não passam de efeitos colaterais de um processo destrambelhado do desenvolvimento humano, um simples resultado (ou reação) para a forma como nos comportamos até aqui. Mas o futuro se faz agora. Basta lembrarmo-nos de que fazemos escolhas conscientes a todo o instante.

 

Eu vejo nuvens de possibilidades adiante. Toda a vez que escolhemos a mútua colaboração em detrimento da luta pela sobrevivência (do egoísmo apenas), certamente teremos dado passos seguros em direção a uma realidade melhor.

 

Abaixo o PDF para Download…

um_experimento_de_alquimia

Anthony Burgess – o autor do livro “Laranja Mecânica”, eternizado pelo impactante filme de Stanley Kubrick que leva o mesmo nome – procura explicar as razões de seu livro no ensaio “A condição humana, no incômodo limite entre o bem e o mal”, escrito no ano de 1973. E ele começa muito bem:

“BURGESS: Sou, por ofício, um romancista. Acredito tratar-se de um ofício inofensivo, ainda que não venha a ser considerado respeitável por alguns. Romancistas colocam palavras vulgares na boca de seus personagens e os descrevem fornicando e fazendo necessidades. Além disso, não é um ofício útil, como o de um carpinteiro ou de um confeiteiro. O romancista faz o tempo passar para você entre uma ação útil e outra; ajuda a preencher os buracos que surgem na árdua trama da existência. É um mero recreador, um tipo de palhaço. Ele faz mímica e gestos grotescos; é patético ou cômico e, às vezes, os dois; ele faz malabarismo com palavras, como se estas fossem bolas coloridas.”

A seguir o autor nos relata que, eventualmente, o romancista é chamado para dar a sua opinião sobre “coisas sérias” ao seu público. A partir daí Burgess descarrega um grande volume de referências oriundas das mais diversas disciplinas – passando pela religião, filosofia, psicologia, sociologia e a política – na tentativa de coser uma veste lógica para o seu brilhante “Clockwork Orange”. Dentre essa miríade de argumentos o autor faz menção a dois de meus romances prediletos: “1984”, de George Orwell e “Admirável mundo novo”, de Aldous Huxley. Parece-me mesmo que o seu anseio era aquele de compor a partir destes fragmentos um mosaico ainda mais grandioso, que elevasse o seu livro à altura de espécie de Cabala; e o título do ensaio reforça essa ideia: “A condição humana, no incômodo limite entre o bem e o mal”, wow!

Anthony Burgess não foi o primeiro e nem será o último caçador do Graal Sagrado ou da Equação de Tudo pela via da racionalidade. E quantos são os exemplos nessa segunda década do terceiro milênio! Serão os neurocientistas, os físicos e os geneticistas astronautas?

Outro caso de estudo, este bastante recente: O psicologista e PhD Bruce Hood, especialista em neurociência, acaba de lançar seu livro “The Self Illusion: How the Social Brain Creates Identity”. Vejamos o que nos diz a sinopse da obra:

“Most of us believe that we are an independent, coherent self – an individual inside our head who thinks, watches, wonders, dreams, and makes plans for the future. This sense of our self may seem incredibly real but a wealth of recent scientific evidence reveals that it is not what it seems – it is all an illusion.”

E numa de suas entrevistas, este autor relata-nos o seguinte:

“HOOD: I think Nietzsche’s nihilism and Woolf’s depression could have been reflections of their intuitive understanding that the richness of experience must be made up of a multitude of hidden processes and that the core self must be an illusion – and maybe that upset them. But I don’t think appreciating that the self is an illusion is a bad thing. In fact, I think it is inescapable. My critics often dismiss my position as too reductionist or too materialist. Well, if the human condition it is not materialist, then an alternative good explanation must be non-materialist. Show me good evidence for souls and spirits and then I will be forced to change my view. But so far there has been no reliable evidence for souls, ghosts or supernatural entities that inhabit bodies. They are conspicuous by their absence. In contrast, we know that if you alter the physical state of the brain through a head injury, dementia or drugs, each of these changes our self. Whether it is through damage, disease or debauchery, we know that the self must be the output of the material brain.”

“LEHRER: If the self is an illusion, then why does it exist? Why do we bother telling a story about ourselves?”

“HOOD: For the same reason that our brains create a highly abstracted version of the world around us. It is bad enough that our brain is metabolically hogging most of our energy requirements, but it does this to reduce the workload to act. That’s the original reason why the brain evolved in the first place – to plan and control movements and keep track of the environment. It’s why living creatures that do not act or navigate around their environments do not have brains. So the brain generates maps and models on which to base current and future behaviors. Now the value of a map or a model is the extent to which it provides the most relevant useful information without overburdening you with too much detail.”

“The same can be said for the self. Whether it is the ‘I’ of consciousness or the ‘me’ of personal identity, both are summaries of the complex information that feeds into our consciousness. The self is an efficient way of having experience and interacting with the world. For example, imagine you ask me whether I would prefer vanilla or chocolate ice cream? I know I would like chocolate ice cream. Don’t ask me why, I just know. When I answer with chocolate, I have the seemingly obvious experience that my self made the decision. However, when you think about it, my decision covers a vast multitude of hidden processes, past experiences and cultural influences that would take too long to consider individually. Each one of them fed into that decision.”

Bacana. Concordo quando ele diz que o valor de um modelo está na sua capacidade de prover boas respostas a partir de um número reduzido de variáveis de entrada. Isto é o mesmo que afirmar que a melhor solução para um problema é aquela tão sintética quanto possível e, por consequência, a mais simples. Agora, doutor Hood, isso leva por terra toda a sua argumentação posterior quanto à complexidade de sua preferência pelo sorvete de chocolate. E será realmente preciso, apenas por causa disso, aniquilar toda a singularidade do indivíduo, enquadrando-o num verdadeiro modus operandi comportamental? Não seria mais natural (e humano) entender simplesmente que os indivíduos têm necessidades, anseios, medos e interesses distintos? Enfim, será que ainda posso tomar o meu sorvete de baunilha?

Eu me chamo Jorge e sou um escritor pouco conhecido – muito diferente de Burgess, de Huxley ou de Orwell; os quais admiro imensamente – mas estou satisfeito com as minhas limitações, possibilidades de escolha e seus naturais desdobramentos. Mas não sou, definitivamente, um ponto na curva de um gráfico.

Apesar de enorme esforço científico e do inegável avanço tecnológico, parece-me que a razão começa a mostrar suas limitações para o tratamento de questões realmente profundas e essenciais à nossa natureza. Afinal, permanecem os antigos problemas sem uma solução determinística: De onde viemos? Para onde vamos? Quem somos nós? Qual o propósito da vida?

E para tudo isso, nada melhor que uma metáfora: Somos como aquela criatura indefesa que caminha na prancha, presa de um lado no convés do navio e com a outra extremidade livre em direção à imensidão azul. Há o pirata de um lado a impulsionar-nos para fora, com sua espada em punho. Ele é bom ou ele é mau? Podemos tecer analogias relacionando o pirata com o demônio e a imensidão azul com o paraíso. Mas será que isso está correto? Por que será que a grande maioria de nós não se decide por saltar da prancha logo de uma vez e continua suportando as agruras da vida?

A Teoria das Cordas surgiu da lida dos físicos contemporâneos com uma dessas questões difíceis de responder, obviamente no tocante aos fenômenos naturais básicos envolvendo matéria e energia. O arcabouço da teoria vem demonstrando sua validade científica, o que significa que atende o pressuposto determinístico. Entretanto afirmam muitos se tratar de um modelo bastante complexo para a realidade das partículas elementares, colocando-se a maneira de um conhecimento hermético.

“Os escritos herméticos são uma coleção de 18 obras Gregas, cujas principais são o Corpus Hermeticum e a Tábua de Esmeralda, as quais são tradicionalmente atribuídas a Hermes Trismegisto. Estes escritos contêm os aspectos teóricos e filosóficos do Hermetismo em seu aspecto teosófico. O período bizantino é marcado por outra coleção de obras herméticas, que também são relacionadas a Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética popular a qual é composta essencialmente por escritos relacionados à astrologia, magia e alquimia.”

Curiosamente parece que o ritmo de avanço das ciências puras esteja dando sinais claros de seu esgotamento na mesma medida em que as teorias contemporâneas vêm de encontro aos conhecimentos místicos ancestrais. A química, por exemplo, que há muito se diferenciou da alquimia, segue o seu caminho de retorno em direção a esta – graças a supramencionada Teoria das Cordas. Fato é que o conhecimento simbólico carrega grande poder de síntese, estando diretamente relacionado aos processos, ao fluxo dos fenômenos naturais, ao invés de propriamente às funções específicas. Esse tipo de simbolismo está na base de inúmeros avanços recentes da computação científica, por exemplo. E volta a ter mais valor a capacidade de abstração e de estabelecer conexões entre conceitos que o grande acúmulo de informações específicas – afinal, isso você já pode carregar num pen-drive!

Estes limites no avanço das ciências básicas são como assíntotas. Uma assíntota é um ponto de entrada de uma função contínua para o qual a saída tende ao infinito (ou a menos infinito). Relacionando muito simplificadamente este conceito matemático aos fenômenos físicos, podemos dizer que ultrapassar um ponto assintótico requer um dispêndio imenso de energia. E sabemos que os organismos complexos na natureza tendem ao comportamento de mínimo consumo energético – sendo caracterizados pela sua capacidade de manutenção em pontos de equilíbrio estáveis.

Eu não sou, definitivamente, um ponto na curva de um gráfico. Mas se eu fosse, estaria navegando numa cela – num ponto de mínimo – entre duas cristas de uma onda. Interessante esta denominação ao ponto de mínimo: a cela, que também é sinônimo de prisão, caracteriza o ponto de equilíbrio estável de uma função periódica; isto é, de uma onda.

O poeta é um artesão das metáforas. Prossigamos…

Já foi muito explorada nas artes a condição humana atrelada a esta nossa esfera celeste (ponto de mínima energia?), sobre a força da gravidade que nos prende a Terra; também sobre o corpo enquanto prisão da alma (e esta, por sua vez, seria a morada do espírito livre). É ancestral o anseio do homem de alçar vôo!

Talvez os nossos corpos estejam atrelados ao espaço-tempo numa configuração estável, à cela de uma dada freqüência de onda. Fato é que não atendemos a uma função específica (sequer conhecemos o sentido da vida!), mas nos desdobramos em múltiplas atividades (ou funções). Assemelhamo-nos muito mais aos processos, aos esquemas de fluxo da natureza: a massa e a energia traspassam-nos; são incessantes através dos nossos corpos os ciclos de alimentação e de excreção, de inspiração e de expiração, de sono e de vigília, de menstruação nas mulheres, de nascimento e de morte das nossas células – apenas para citar alguns desses fenômenos cíclicos, de natureza pulsante, vibratória. E, por fim, estamos nós mesmos inextricavelmente subjugados à falência de nossos próprios órgãos; sendo a exaustão do corpo físico inevitável num período da ordem de grandeza de um século.

Somos como aquela criatura indefesa que caminha na prancha, presa de um lado no convés do navio e com a outra extremidade livre em direção à imensidão azul. Há o pirata de um lado a impulsionar-nos para fora, com sua espada em punho. Ele é bom ou é mau? E afinal, por que será que a grande maioria de nós não se decide por saltar da prancha logo de uma vez e continua suportando as agruras da vida?

Talvez seja de pouca importância saber de onde viemos (tomar o navio, conquistar o mundo) ou para onde vamos (mergulhar na imensidão azul, morrer). Talvez este seja o indício de que o barato está exatamente em nos equilibrarmos sobre a prancha. Nessa viagem (nessa nossa freqüência) o bem e o mal servem de pano de fundo, representando polaridades opostas. Refletindo sobre o ser humano a luz de um processo, essa diferença de potencial gerada pelas polaridades opostas é de importância fundamental para a dinâmica, para os fluxos de massa e de energia, viabilizando o movimento.

Ei, alguém aí falou em movimento, em atividade, em estímulo, em “preencher os buracos que surgem na árdua trama da existência”?

“Arte (do latim ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada as manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular as diferentes instâncias da consciência; dando um significado único e diferente para cada obra. A arte se vale para isso de uma grande variedade de meios e materiais, como a arquitetura, a escultura, a pintura, a escrita, a música, a dança, a fotografia, o teatro e o cinema.”

“Considera-se que no início da civilização a arte teria principalmente funções mágicas e rituais, mas ao longo dos séculos e das diferentes culturas tanto conceito como função mudaram de maneira importante, adquirindo componentes estéticos, sociológicos, lúdicos, religiosos, morais, experimentais, pedagógicos, mercantis, psicológicos, políticos e ornamentais, entre outros. O conceito de arte continua hoje em dia objeto de grandes debates, e permanece, a rigor, indefinido. A palavra também é usada para designar simplesmente uma habilidade ou talento especial, como a ‘arte médica’, a ‘arte da pesca’, et cetera, mas na bibliografia especializada designa geralmente atividades que têm características criativas e estéticas.”

Creio que decorre daí a minha predileção pela arte com relação às demais atividades de caráter objetivo. Isto não significa que eu menospreze a importância de todas as demais atividades humanas, principalmente àquelas que são essenciais à manutenção da vida. Simplesmente eu prefiro o sorvete de baunilha àquele de chocolate; e não venha você me dizer que não passo de mais um ponto na curva do seu gráfico!

“…” – os excertos entre aspas foram extraídos do inconsciente coletivo internético.