Deslizo em peixe
julho 26, 2014
A sua imagem mais pura
a sua pele descoberta
escorre pela minha retina
invade a minha alma de um só contentamento
é ficção nuclear nos neurônios
tua alva beleza nua
não há barcos
o mar revolto
e mesmo assim eu navego
para você com todas as minhas forças
dentro do teu corpo escorrego
deslizo em peixe
quero te mostrar num estalo
que te despenteia
que te deixa maluca
insana, puta
a sua mais alta estrela
elevada ao céu do teu gozo
escorre sobre a curva
do sorriso em meus lábios
mas não derruba
o(h) meu amor
Ton image la plus pure
Ta peau à découvert
S’écoule à travers ma rétine
Envahit mon âme d’un seul contentement
Est fiction nucléaire neuronale
Ta blême beauté nue
Nefs anéanties
Mer déchaînée
Et pourtant je navigue
Vers toi de toutes mes forces
Dérape dans ton corps
Glisse en poisson
Veux te montrer en une détente
Qui t’ébouriffe
Te rend folle
Déraisonnée, putain
Ta plus belle étoile
Élévée à la voute de ta jouissance
S’écoule sur le sinueux
Sourrire de mes lèvres
Mais ne peut foudroyer
(Oh) mon amour
(Tradução para o Francês de Vincent de Almeida)
Monstro matemático
julho 24, 2014
Magia que cega
julho 20, 2014
Palavras órfãs de poesia: o que restou
julho 6, 2014
Então é domingo.
Pai, eu vou deixá-lo na sua solidão,
dormitando em frente da t.v.
Mãe, a bocarra escancarada,
o ressonar baixo, bíblia sobre o colo,
eu vou deixá-la na sua solidão.
Eu vou depressa,
pela estrada,
para alcançar a minha solidão,
que já partiu.
O amor é uma casca de ferida espessa
que eu descolo da carne
com as minhas unhas compridas;
dói cada gota de sangue
que vaza.
Será que você sente
se eu destilar as minhas palavras
órfãs de poesia,
meias-vidas obscurecidas
pela avalanche do bom mocismo infame?
Bem do fundo dessa tua cachola,
você e eu sabemos da farsa,
arquitetada por nós mesmos,
de nossas tolas solidões.
E tudo isso é muito pouco,
pra quem é poeta,
o seu abridor de latas não resolverá
a minha equação transcendental.
Posto o início, o exposto
e o que restou.