À semelhança das estrelas
junho 25, 2013
O quotidiano esvazia as expectativas do mágico.
Repousa no condicionamento as potencialidades da vigília.
Desperta do sonho!
O sábio se vale tanto dos dias quanto das noites,
na mesma medida.
Cada grão da ampulheta abandona a inércia para o próprio movimento.
Faz valer o fluxo de energia que anima tua carne.
Usa das dobras do tempo para coser a realidade:
vibra as ideias na frequência de alumiar o breu
dos dias.
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Almeja o efêmero da centelha,
não deixa as rochas inertes,
acumularem lodo.
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2 momentos
junho 3, 2013
14:59pm
O silêncio dessa tarde de sábado. O brilho do sol estático contra os velhos objetos deixados na varanda, até o avanço da ferrugem parece ceder. A fumaça de meu charuto não se mistura àquela do ar. Tal condição permeia as frestas das paredes e os alvéolos, já danificados, dos meus pulmões. Há espaço e energia para uma ficção nuclear; entretanto, nada acontece. Nenhuma ideia, nenhum movimento. O gato mira seus olhos verdes fixamente de encontro aos meus. Trago lenta e profundamente do charuto, mas a fumaça expelida é a mesma. Posso apostar que será idêntica a seguinte e, assim, sucessivamente, num análogo aos goles inter-calados de vinho tinto. O vazio, essa ausência, tudo aquilo que eu não quero. Sem nada ou ninguém a importa-se, o resultado da in(ad)equação: o que me resta. A completa solidão nos sonhos de infância, sem um sopro de amor por compartilhar. Encontro comigo mesmo nos olhos do gato. Ele vira a cara. Nem sei mais se eu quero viver.
12:35pm
Ela me abraça,
pele com pele
– ficç40 nuc134r.
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